Por que os sintomas de adoecimento mental afetam tanto o intestino e vice-versa?
- Sassá Tupinambá

- 13 de set.
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de set.
Por Sassá Tupinambá

Nos últimos anos, cada vez mais estudos têm confirmado aquilo que as tradições ancestrais já sabiam: a mente e o intestino estão profundamente conectados. Quando alguém passa por um quadro de ansiedade, depressão ou mesmo estresse intenso, é comum sentir no corpo manifestações muito concretas, especialmente no sistema digestivo. Dor abdominal, diarreia, constipação, azia e cólicas podem ser tão marcantes quanto os próprios sintomas emocionais. Mas por que isso acontece?
O eixo intestino-cérebro: o “segundo cérebro”
A resposta está no chamado eixo intestino-cérebro, uma via de comunicação que liga o sistema nervoso central ao sistema nervoso entérico — os milhões de neurônios presentes nas paredes do trato gastrointestinal. Esse sistema é tão sofisticado que muitos cientistas chamam o intestino de “segundo cérebro”.
O mensageiro principal desse diálogo é o nervo vago, que transporta informações em duas direções: o que acontece na mente repercute no intestino, e o que acontece no intestino influencia a mente.
Microbiota e neurotransmissores
Um dos elementos centrais desse equilíbrio é a microbiota intestinal, composta por trilhões de microrganismos que produzem substâncias ativas para o corpo.
● Mais de 90% da serotonina, neurotransmissor ligado ao bem-estar, é produzida no intestino.
● Alterações na microbiota — como ocorre em situações de estresse crônico, dietas pobres em fibras ou uso excessivo de antibióticos — podem impactar diretamente o humor.
Quando há desequilíbrio, surgem sintomas como ansiedade, tristeza e maior predisposição a quadros depressivos.
Hormônios do estresse e impacto digestivo
As situações de ameaça ou tensão fazem o corpo liberar adrenalina e cortisol. Esses hormônios têm efeito imediato sobre o intestino:
Aceleram os movimentos peristálticos (causando diarreia).
Travaram o trânsito intestinal (gerando constipação).
Aumentam a sensibilidade à dor, explicando cólicas e desconfortos frequentes.
Saberes tradicionais: o ventre como morada das emoções
As tradições de cuidado de diferentes povos tradicionais pelo mundo sempre perceberam essa ligação:
Povos indígenas de Abya Yala: o ventre é morada da energia vital e das emoções; a raiva, a tristeza ou o medo prolongado podem adoecer estômago e intestino.
Medicina Chinesa: cada emoção corresponde a um órgão; a preocupação excessiva afeta diretamente baço e estômago.
Ayurveda: o equilíbrio do agni (fogo digestivo) é essencial para a saúde do corpo e da mente.
Caminhos de cuidado integral
Diante dessa conexão, o cuidado precisa ser integral. Não basta tratar apenas os sintomas psicológicos, nem apenas os gastrointestinais. É preciso olhar para o ser humano como um todo. Algumas práticas que ajudam nesse equilíbrio:
Respiração e meditação
Caminhadas na natureza
Alimentação rica em fibras e probióticos
Uso consciente de plantas medicinais
Terapias corporais e práticas espirituais
Acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, quando necessário
Cuidar da saúde mental também é cuidar do intestino. E cuidar do intestino é cuidar da mente. Quando compreendemos essa unidade, abrimos caminho para um modelo de saúde que não separa corpo, espírito e emoção, mas os entende como uma única trama viva — tal como os povos originários sempre nos ensinaram.
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